"Tu incitas [ao homem] para que sinta prazer em louvar-Te; Fizeste-nos para Ti, e inquieto está o nosso coração, enquanto não repousa em Ti." (Agostinho)

14 de outubro de 2008

AH! SE OS “SÁBIOS” SOUBESSEM...


que “sábio”[1] não é aquele que muito estudou e inquiriu,
mas aquele que, mesmo sem estudo, e, mesmo discretamente, considera-se esperto e inteligente, e não aceita críticas e opiniões.
Ó! Se os “sábios” soubessem que,
os sábios, primeiro devem conhecer a si mesmos.
Ah! Se os “sábios” soubessem que os
sábios, mesmo com muito conhecimento,
sabem o tamanho de sua própria ignorância; enquanto que os “sábios”, mesmo com pouco conhecimento, não se acham tão estúpidos.

Quem dera que os “sábios” aprendessem que humildade não é descansar em sua própria ignorância e opinião, mas que, humildade é reconhecer nossas limitações e falta de conhecimento e buscarmos dia após dia, com dedicação, aprendermos um pouco mais, observando, perguntando, lendo e pensando. Pena que os “sábios” são muito “humildes” para aprender, pois, ou se consideram incapazes, ou bastam-se a si mesmos.
Ah! Se soubessem que humildade não é sinônimo de covardia e acomodação.

Oxalá que os “sábios” aprendam um dia que os sábios também erram e que estão sempre aprendendo com seus próprios erros e com os erros dos outros. Mas os “sábios”, são como cães
que voltam a comer o próprio vomito repetidas vezes.

Quem dera que os “sábios” compreendessem a Bíblia que diz:
“é melhor ouvir a repreensão de um sábio,
do que elogios de um estúpido”[2];
que: “a sabedoria é justificada por seus frutos”[3];
que: “a repreensão entra mais fundo no prudente
do que cem açoites no insensato”[4];
que: “melhor é a repreensão franca que o amor encoberto”;
e, principalmente, que: “Leais são as feridas feitas por quem te ama,
mas os beijos de quem odeia são enganosos.”[5]
Tomara que, um dia, os “sábios” aprendam que não é sábio viver elogiando e que críticas e repreensões podem ter um fim proveitoso. Os
sábios aprendem muito mais com as dificuldades e as críticas,
pois “a boca lisonjeira é causa de ruína[6]; o excesso de elogio causa orgulho, acomodação e, por fim, a ruína.

Ah! Uma coisa eu queria que os “sábios” aprendessem:
que a verdade nem sempre está com a maioria, afinal, um relance na história demonstrará que a verdade veio da boca de poucos sábios;
e que estes foram perseguidos pela grande maioria formada pelos “sábios”.
Os grandes mestres sempre foram perseguidos
e até mortos pela verdade que, para os “sábios”, era mentira e tolice. Mas a razão não está com a maioria, só por ser maioria, mas na natureza das coisas.
Os sábios sempre correram o risco da impopularidade
que sempre correm os arautos da verdade.

Somente os peixes mortos se deixam levar ao sabor da correnteza;
somente as folhas secas são levadas de um lado a outro pelo vento;
assim são aqueles que se deixam levar pela moda e consenso daquilo que
a maior parte do mundo considera como bom e verdadeiro.
Ah! Se o "sábio" soubesse estas coisas e viesse a ser sábio!


pb. Anderson J. F. de Abreu


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* Essa postagem é uma edição de um texto escrito originalmente por mim em 2005.

[1] "Sábio" entre aspas é o falso sábio ou que se julga sábio; e sábio sem aspas é o verdadeiro sábio.
[2] Provérbios 27:5
[3] Mateus 11:19
[4] Provérbios 17:10
[5] Provérbios 27:6
[6] Provérbios 26:28