Spiritus et littera: A DOUTRINA ESQUECIDA DA IGREJA

"Tu incitas [ao homem] para que sinta prazer em louvar-Te; Fizeste-nos para Ti, e inquieto está o nosso coração, enquanto não repousa em Ti." (Agostinho)

SPIRITUS ET LITTERA

[O Espírito e a Letra]:

Este blog visa divulgar meditações e artigos de natureza bíblico-reformada. O ensino central que norteia nossa fé e ensino é que Deus fala ainda hoje com o homem com a mesma autoridade com que falou aos profetas no passado. No entanto, negamos tenazmente, tanto o misticismo daqueles que desprezam as Escrituras (a letra) e acreditam em novas revelações diretas do Espírito; como o racionalismo humanista daqueles que desprezam o Espírito e não acreditam na necessidade da Sua iluminação espiritual para compreensão profunda e salvífica de Sua verdade nas Escrituras.

Deus nós fala hoje quando seu Espírito Santo abre o nosso coração e ilumina-o para compreendermos a Sua Palavra já revelada e registrada nas Escrituras Sagradas. O Espírito fala ao homem, mas negamos que essa comunicação seja algo meramente místico e subjetivo. O Espírito inspirou homens santos no passado para escreverem a Sua Revelação em letras humanas, hebraico e grego. Essa é a Sua Palavra, essa é a Sua Voz, Deus fala! Não há mais qualquer outro meio de Revelação a não ser as "Sagradas Letras". Contudo, embora essas letras sejam de fato inspiradas por Deus, e por isso são inerrantes e autoritativas para a vida do homem, sem a ação de seu Autor, o Espírito Santo, elas serão mera letra morta, sem poder e eficácia para a vida do leitor, servindo apenas para a sua condenação.

Portanto, cremos e confessamos que deve haver a ação conjunta entre o Espírito Santo e as Sagradas Letras, as Escrituras, para que o homem realmente escute a viva voz de Deus. Nem o Espírito sozinho e nem a Letra sozinha fala ao homem, mas o Espírito e a Letra, Spiritus et littera!

EM QUE EU CREIO E PREGO:

'Creio em um só Deus o Pai onipotente, criador do céu e da terra, de todas as coisas, visíveis e invisíveis.

E em um só Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus e nascido do Pai antes de todos os séculos, Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não feito, consubstancial como Pai, por quem foram feitas todas as coisas; o qual por amor de nos humanos e por nossa salvação, desceu dos céus, e encarnou-se, pelo Espírito Santo na virgem Maria, e se fez homem; foi também crucificado sob Pôncio Pilatos em favor das suas ovelhas eleitas cujo numero é tão definido e limitado que não pode ser nem aumentado nem diminuído; por esses seus eleitos padeceu e foi sepultado e ao terceiro dia ressuscitou, segundo as Escrituras Sagradas; e subiu aos céus; está sentado a destra do Pai vivendo sempre a interceder pelos seus eleitos, e vira pela segunda vez, em poder e glória, para julgar os vivos e os mortos; e seu Reino não terá fim.

E no Espírito Santo, Senhor e vivificador, o qual procede do Pai e do Filho; que juntamente com o Pai e o Filho é adorado e glorificado; que falou pelos profetas e fez escrever toda a sua verdade; havendo cessado os antigos modos do Espírito Santo revelar a sua vontade, as Escrituras são indispensáveis e insubstituíveis; são a única regra de fé e prática do cristão hoje; às Escrituras nada se acrescentará em tempo algum, nem por novas revelações do Espírito, nem por tradições de homens; reconheço que é indispensável a intima iluminação do Espírito Santo de Deus para a salvadora compreensão das coisas reveladas e que com a Palavra e pela Palavra testifica a sua verdade em nossos corações.

E na Igreja Cristã, una, santa, "católica" e apostólica, a qual o Senhor confiou as chaves do Reino dos Céus e fora da qual não há possibilidade ordinária de salvação; composta de todos os eleitos e predestinados por Deus antes da fundação do mundo; confesso um só batismo, para remissão dos pecados, e espero a ressurreição dos mortos e a vida do mundo vindouro.' *

* Adaptado por mim do Credo Niceno e da Confissão de Fé de Westminster